Por Rodrigo Queiroz - Ditado por José Pelintra
“Seu Zé
Pelintra onde é que o senhor mora...
Eu não posso
te dizer, porque você não vai me compreender...
Eu nasci no
Juremá, minha mora é bem pertinho de Oxalá!”
“Din din din,
din din din, risca o ponto! Malandro cruzado no meio do terreiro chegou, chegou
Zé Pelintra que veio do lado de lá, fumando e bebendo gritando vamos saravá!
Saravá a todos
do lado de cá! Saravá Umbanda, o Catimbó, as Macumbas e o Candomblé! Salve
aqueles que são de salve e aqueles que não o são!”
De tanto que somos marginalizados por aqueles que
deveriam era nos prestar reverência ou mesmo o respeito por estarmos tão
próximos para o que der e vier. Nós os “malandros” do astral fomos confundidos
com os marginais do além.
Para quem ainda não entendeu, os Zés da Umbanda
são espíritos comuns a cada um de vocês. Humanos por natureza, errantes, com
defeitos e virtudes que na bondade do Criador podemos interagir com nossos
companheiros encarnados afim de na troca de experiências agregar luz e evolução
na história de cada um.
Zé Pelintras, Zé Navalha, Zé da Faca e tantos
“zés” formam esta corrente ou linha de trabalho que chamamos de Linha dos
Malandros. Justamente pela falta de informação fomos chegando na Umbanda de
“fininho” na boa malandragem pra não incomodar ninguém. Quando “batíamos na
porta” de um terreiro que nos desconhecia, se era da percepção do dirigente que
devíamos manifestar na linha dos exus, assim fazíamos se pensavam que éramos
baianos, tudo bem, ali estávamos. Entre acertos e erros, contradições e
tradições fomos sendo aceitos, percebidos e procurados. No entanto engana-se
aquele que pensa que surgimos do nada ou para nada, não, não. Já bem antes da
Umbanda estávamos lá comandando o Catimbó, muitos ainda estão, diria que esta é
nossa origem, mas como afirmar a origem daquele que não é original, pois é,
somos o retrato da miscigenação racial e cultural que impera em todos os cantos
deste Brasil, terra de Deus!
Somos aclamados como Doutor, curador, conselheiro,
defensor das mulheres e dos pobres. Por outro lado também somos rechaçados e
“exterminados” na consciência de alguns que insistem em nos colocar no patamar
dos “demônios” e espíritos viciados e aloprados. Ora, este que nos maldiz é
aquele mesmo que nada entendeu sobre Deus e seu amor na Sua Criação! Deixe que
falem, desde que fale.
O certo é que somos o retrato e a realidade da
classe menos favorecida, somos a periferia, os menos favorecidos, os
esquecidos, aqueles que se não é o jogo de cintura da criatividade humana,
jamais persistiria vivendo, entende agora o que é nossa malandragem? Também
digo que vivemos na periferia de Deus, claro, ainda temos muito que fazer para
ir até o centro. E daí? Tá tudo certo camarada. Sabemos a que estamos e livre
das ilusões que tanto aplaca a mente de vocês encarnados. Olha, sabe de uma
coisa? É bom demais o lado de cá!
Dos Catimbós do Nordeste aos terreiros de Umbanda
de todo Brasil! Isso é ascensão...
Por fim camarada, tenha em mente que estamos para
ajudar a quem queira. Defendemos sim os mais pobres e sofredores, pois sabemos
o que é a dor da fome e da perdição. Secaremos sempre as lágrimas daqueles que
sofrem e isso basta.
Dentro do meu chapéu levo meu mistério, na fumaça
de meu charuto transporto minha magia, na gargalha encanto meu povo, no meu
terno branco reflito o que sou e na minha gravata vermelha quebro o mal olhado
na força de Ogum!
Para aqueles que nos abrem alas, obrigado!
Nota do médium: Salve sua força camarada! Pois é
leitor, a Linha dos Malandros, como posso dizer é bem nova neste formato
organizado, no entanto de forma esparsa e independente estes companheiros já se
manifestam na Umbanda há muito tempo e são anteriores ao surgimento da
religião. Detendo grande importância nos Catimbós e Macumbas Cariocas. São
“mandingueiros” do bem e manifestam um incrível senso de humor em suas
manifestações. Chamam logo atenção de todos e arrebanham facilmente pessoas ao
seu convívio.
Seu arquétipo é da classe social mais sofrida e
menos abastada. Retratam mesmo aqueles que viveram no morro, na marginal, na
periferia. São marginalizados, no entanto não são marginais. Exemplo daquele
que apesar do sofrimento e das dificuldades teve sabedoria para tirar humor da
dor e driblar o baixo astral.
Defensores naturais das mulheres que sofrem com o
aprisionamento machista parecem até galanteadores, mas nunca perdendo o bom
senso do respeito. Estão afinados com a classe a qual formam seu arquétipo.
Mandingueiros, sabem muito bem como combater as
Trevas e desmanchar feitiçarias e magias negra.
Não são baianos, não são nordestinos, não são
rótulos, pois são o que são, um agrupamento de espíritos que tiveram a
experiência de pobreza ou algo do tipo por todo esse país, que depois do
desencarne e já conscientizados tiveram a oportunidade de retornarem nos cultos
mediúnicos para continuar o progresso evolutivo.
Firmeza:
- 01 imagem do Zé Pelintra (ou de um malandro
específico);
- 01 copo pequenho (conhaque);
- 07 fitas finas de cetim vermelho;
- 01 charuto;
- 01 cerveja branca;
- 01 vela de 7 dias vermelho.
Banhe a imagem com a cerveja. Molhe as fitas no
conhaque e as amarre no pescoço da imagem dando 7 nós. Mantenhas sempre o copo
com conhaque e charuto.
Toda semana acenda ao menos uma vela palito
vermelha. Na ocasião troque o líquido. Sempre que fizer esta firmeza semanal,
pegue o charuto e dê três baforadas, concentrado nos pedidos e orações.
Oração
de Firmeza:
“Divino Criador, Divinas Forças Naturais, Divinos
Orixás, neste momento vos evoco e peço que imante este assentamento, consagre e
o torne um portal por onde os Malandros do astral possam se manifestar,
servindo de minha proteção e chave de acesso aos “zés” de acordo com o meu
merecimento. Peço que a força dos malandros esteja presente e receba minhas
vibrações.”
Ps.: Este é um
assentamento universal para a linha dos Malandros, que pode ser consagrado a um
Malandro específico ou deixar aberta de forma universal.
Faça isto com fé e amor, terá ótimos resultados.
Saravá os Malandros, salve Zé Pelintra!!
Fonte: este texto faz parte
da apostila que compõe o material de estudos do curso Arquétipos da Umbanda,
desenvolvido e ministrado por Rodrigo Queiroz.
O blog está cada vez melhor.
ResponderExcluirEstou aprendendo muito sobre a malandragem..