A linha de ação e trabalho do Sr. Zé Pelintra é uma falange de espíritos
de muita luz, da qual fazem parte todos aqueles que têm afinidades e ligações
com a forma de atuação do Sr. Zé Pelintra, com seus conhecimentos e malandragens,
com seu jogo de cintura e boa conversa, com as pessoas mais simples e humildes,
com os nossos irmãos que são marginalizados pela sociedade e com todos aqueles
que vivem suas vidas com as dificuldades da pobreza e da baixa renda. São
homens e mulheres que passaram ao plano espiritual e que possuem algum
conhecimento e capacidade de atuar como guias e orientadores de seus irmãos
encarnados enquanto trilham a sua própria evolução. Não são Exus e não são
Pombagiras mas, conforme vão evoluindo, podem chegar ao nível de atuar como Exus
e Pombagiras. E, caso queiram atuar nesses campos, terão que pedir permissão
aos sustentadores dos senhores Exus e Pombagiras, pois no plano espiritual há
hierarquias que devem ser respeitadas. A linha de trabalho do Sr. Zé Pelintra
atua na orientação, proteção, amparo, auxilia na saúde, no trabalho, no
convívio com amigos e familiares. A regência da linha de ação e trabalho do Sr.
Zé Pelintra é do Pai Ogum e do Pai Oxalá, que pode ser afirmada por suas cores
principais que são o vermelho e o branco. Alguns guias podem atuar dentro desta
linha sob a irradiação de outro Orixá em suas atribuições o que pode vir a
incluir uma ou outra cor às suas características individuais. Assim como em
todas as outras linhas, há guias da falange do Sr. Zé Pelintra que atuam nos
campos da Lei, da Justiça, do Amor, do Conhecimento, e em todas as outras
irradiações divinas.
O Sr. Zé Pelintra que deu origem à linha de trabalho e que a sustenta do
Alto com a permissão e outorga de Deus e de seus Orixás, adquiriu conhecimentos
em várias áreas humanas, desde a simplicidade dos morros até a medicina
curativa. O início de sua linha de trabalho teve origem a partir do Catimbó
(culto praticado no Nordeste brasileiro que mistura conhecimentos de ervas,
práticas espirituais africanas e européias, um pouco do Candomblé, da pajelança
xamânica indígena e do culto da Jurema Sagrada, sobre uma base fundamentalmente
católica. O Sr. Zé Pelintra é um dos mestres que atuam no culto do Catimbó. Em
sua vida humana, adquiriu os conhecimentos do interior do país, sua cultura,
modo de vida, crenças e hábitos religiosos e espirituais. Ao que consta, nasceu
em Pernambuco, mas ainda jovem mudou-se para o Rio de Janeiro. A partir daí,
passou a freqüentar a vida noturna carioca, preferencialmente no bairro da
Lapa. Tornou-se muito popular entre os moradores locais e toda a malandragem e
bandidagem da noite da Lapa. Dizem que gostava muito de jogos de baralho e
dados, era exímio no manejo de facas, facões, canivetes e todo o tipo de armas
afiadas. Mas, apesar de todo o seu conhecimento e prática, utilizava armas
apenas para defesa pessoal e daqueles que considerasse injustiçados e sob algum
perigo. Como todo bom malandro, gostava de uma boa bebida, de um bom cigarro ou
charuto e de comer bons aperitivos. No dia a dia, conversava com todo e era
muito prestativo procurando ajudar os mais necessitados. Gostava de dar
conselhos e orientações, receitava remédios e tratamentos com ervas (banhos,
ungüentos, macerados, chás, beberagens, etc.). Entre muitas de suas
características, podemos destacar a sua atuação no auxilio daqueles irmãos que
estão perdidos e sem luz, ele os encontra e com o seu jogo de cintura e boa
conversa os ilumina para que possam novamente ver a luz de nosso Pai e ser
encaminhados para tratamento e orientação. O Sr. Zé Pelintra também é conhecido
como advogado dos pobres, pois ele sempre gostou de defender os mais fracos e
oprimidos. Os comerciantes tem em seu Zé Pelintra um protetor de seus
estabelecimentos, basta pedir o seu auxílio e a sua proteção para afastar
bandidos e marginais.
Depois de muito tempo de trabalho, aprendizado e auxílio, o Sr. Zé
Pelintra foi estabelecido como sustentador de uma linha de ação e trabalho com
as suas características e a sua “malandragem”. A sua falange é composta de
espíritos que atuam com amor em benefício dos seus irmãos e com a sua
“malandragem”, o seu jogo de cintura e a sua boa conversa, vão encontrando,
auxiliando e recolhendo muitos espíritos que se encontram caídos pelo caminho
da evolução humana. Com todo o seu conhecimento e a sua familiaridade com a
noite e com a bandidagem, têm muita facilidade para transitar pela esquerda,
nos pólos negativos onde atuam os Exus e Pombagiras. São guias que emanam muita
luz, amor, respeito, carinho, integridade, mas quando se faz necessário também
são bastante duros e inflexíveis, cumprindo suas funções mesmo que tenham que
recolher obsessores, quiumbas e todo o tipo de mal feitores espirituais à
força. Eles podem atuar no positivo e no negativo da linha de trabalho. Chegam
nas casas de trabalho Umbandistas com seu samba ou capoeira no pé, chapéu de
panamá de lado, normalmente usam roupas brancas com detalhes em vermelho, podem
usar bengalas, e se apresentam com toda a ginga de um malandro. Nessa linha de
trabalho, assim como nas outras, há manifestações femininas da malandragem,
como a Senhora Maria Navalha, por exemplo. Elas se manifestam da mesma forma
que os malandros, gostam de dançar, beber, fumar, tem ginga e muito jogo de
cintura. Mesmo atuando dentro da linha de malandros, mantém sempre muita
feminilidade, gostam de se vestir bem, são vaidosas, estão sempre bem
arrumadas, gostam de flores (principalmente vermelhas) e trabalham muito bem.
Os malandros estão sempre pelas ruas, nas subidas de morros, nas esquinas,
perto de bares e lanchonetes onde há grande movimento noturno, festas, entre
outros.
Os guias da linha do Sr. Zé Pelintra (ou linha de Malandros, como também
é conhecida) têm atuado dentro das casas de trabalho espiritual nas giras da
esquerda, normalmente junto com os Exus e Pombagiras, pois a sua forma de
atuação e o seu campo de trabalho ainda não era muito conhecido. Apenas
recentemente, tem chegado do plano espiritual maiores informações sobre a sua
linha de ação e trabalho. Seu Zé pode se manifestar em qualquer gira, tanto de
Exú, como de Preto Velho, Baiano, Boiadeiro, Marinheiro e Caboclo. Depende
muito da sua necessidade de trabalho em benefício do médium ou da casa
espírita. Mas, normalmente, a casa de trabalho define uma gira para a sua
atuação no atendimento aos consulentes. O Sr. Zé Pelintra e seus guias cobram
muita seriedade, responsabilidade, compromisso e integridade de seus médiuns,
entre outras virtudes. Quando o médium se perde através da má conduta, com atitudes
irresponsáveis e maldosas, seja pela vaidade, pelo orgulho ou pela ganância,
ele é o primeiro guia a se afastar do médium.
É importante ressaltar que os Guias que se manifestam através da linha
do Sr. Zé Pelintra podem solicitar alguma bebida, cigarro ou charuto, mas que
serão utilizados especificamente para o trabalho espiritual. Os guias
espirituais não descem à terra para se embriagar ou embriagar os seus médiuns,
isto deve ser muito bem esclarecido pois chegou o tempo de se conhecer e respeitar
aqueles que atuam nesses campos de ação em benefício de seus irmãos. O que é
ignorado é perdoado, mas o que é de conhecimento não o pode ser. É preciso
prestar muita atenção neste recado para que não nos enganemos mais, pois a
partir de agora fomos avisados. O álcool e o fumo apenas são utilizados para
limpeza e descarrego espiritual, para desmanche de miasmas e acúmulos negativos
e para alguns tipos de tratamentos de cura cujos seus componentes químicos
possam ser transmutados e aplicados.
Alguns nomes de guias da linha de Zé Pelintra (ou linha de Malandro,
como também é conhecida):
Chico Pelintra, Cibamba, Zé da Virada, Zé Camisa Preta, Zé Mineiro, Zé
Camisa Vermelha, Zé Camisa Listrada, Malandrinho, Malandro da Lapa, Zé da
Silva, Zé da Mata, Malandro da Baixa do Sapateiro, Malandro do Pelourinho,
Malandro da Praia, Malandro da Zona Portuária, Maria do Cais, Maria Navalha, Malandro
da Lapa, Joana Pelintra, entre outros. Podem haver casos de trançamento ou
cruzamento com outras linhas de trabalho, como por exemplo: Zé Baiano, Zé
Boiadeiro, Zé Marinheiro, entre outros.
Ervas do Sr. Zé Pelintra: trabalha com ervas em geral, em especial as de Ogum e de Oxalá. Ex:
espada de São Jorge e costela de Adão (Ogum) e boldo e sálvia (Oxalá)
Seu dia: terça-feira
(Ogum) e domingo (oxalá)
Cor: branco (Oxalá)
e vermelho (Ogum) - ou outra de acordo c/ o campo de atuação
Oferenda: Velas
brancas, vermelhas ou branca/vermelha, flores brancas e vermelhas, frutas em
geral, água, cerveja amarela gelada, cachaça, conhaque, whisky, batidas,
cigarro branco, charuto, aperitivos de carne de boi ou carne seca, farofa de
carne de boi ou de carne seca, escondidinho de aipim com carne seca.
Ponto de força: nas subidas
de morros, esquinas, pelas ruas, encruzilhadas, cemitérios, entre outros (de
acordo com o campo de atuação do Guia).
Saudação: Salve Seu Zé Pelintra! Salve os
Malandros! Salve a Malandragem!
Que Deus em sua infinita bondade nos dê o
privilégio de sermos amparados por esses Trabalhadores Incansáveis do astral,
Salve a Falange do Sr Zé, Salve a Malandragem!
adorei parabéns.
ResponderExcluiressa noite sonhei que o malandro da encruzilhada tomava meu corpo, e ai vim pesquisar existe mesmo, não sou da religião mas respeito, j´´a sonhei também com mulambo do cabaré, por que tenho esses sonhos?
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