Malandragem é Linha de Força, Linha de Caridade, É Linha de Umbanda. Hoje ando na Linha... Sou Malandro, sou protegido por nosso Pai Glorioso Guerreiro São Jorge e pela energia de Ogum, com essa proteção levo a todos que me chamam a Segurança, a Paz e a Ordem... Sou Jogador, mas não jogo com isso, pois sei que com proteção não se brinca! Na Navalha, no Carteado, no Chapéu, no Dado, na Cerveja, na Ficha, no Cigarro e até no Terço que carrego, tenho minha Magia e meus Mistérios, mas levanta da Mesa e chora, quem não tem a Malandragem em seu caminho! Proteção, Paz e Luz de nosso Senhor aos Filhos de Umbanda... Salve a Malandragem!
Bilhar é o nome genérico que a gente dá para vários jogos de mesa que
utilizam tacos e bolas. A sinuca é justamente um desses jogos de mesa. Para
simplificar, dá para dizer que a sinuca está para o bilhar assim como o vôlei
de praia está para o vôlei. Mas a coisa é um pouco mais complicada, porque a
modalidade mais antiga dos jogos de bilhar obviamente também se chama...
bilhar! A versão mais difundida é que essa modalidade primitiva de bilhar
surgiu de um jogo francês chamado croqué, disputado nos gramados dos palácios
franceses do século 15. Com uma espécie de martelo, os jogadores impulsionavam
bolas por entre arcos e buracos. No inverno, a neve impedia o jogo - por isso,
ele teria sido levado para os salões e jogado sobre uma mesa. Mais de 300 anos
depois, em 1875, um coronel do exército inglês modificou algumas regras do
bilhar e inventou a sinuca internacional ou snooker. Por aqui, o jeitinho
brasileiro deu cara nova à sinuca quando ela aportou no país, no começo do século
20. "No salão de sinuca, os Malandros desafiavam outros
jogadores apostando cervejas. Para conseguir vencer mais adversários e faturar
alto, os Malandros encurtaram a duração tirando bolas da mesa de jogo. Nascia a
sinuca brasileira, com apenas uma bola vermelha", afirma o coordenador da
Federação Paulista de Bilhar e Sinuca, Luiz Admir Fraisoli.
Há certos eventos que jamais se repetirão. Não podem ser reproduzidos
nem como representação dramática, pois perderiam o caráter único,
transformador, epifânico, potencializador da vida. Exemplifico.
É madrugada do dia 11 de fevereiro e a Portela se prepara para
entrar na avenida. O enredo contará a história do bairro de Madureira. A
bateria está vestida como Zé Pelintra, o malandro seminal. A rainha dos
ritmistas, Patrícia Nery, vem de Maria Padilha. As fantasias,
evidentemente, fazem referência ao Mercadão de Madureira e suas inúmeras lojas
de artigos religiosos ligados ao candomblé e a umbanda.
Desde o ensaio geral da escola, por alguns recados mandados pelo próprio
malandro e pela Padilha, a bateria sabia que deveria pedir licença a Seu Zé
antes de iniciar o desfile. Acontece, então, o momento único. As caixas,
repiques, tamborins, surdos e agogôs param de tocar. Os atabaques começam a
curimba e abre-se um corredor. A rainha de bateria / Maria Padilha, inicia sua
dança sensual, desprovida de pecados, sacralizadora do profano e profanizadora
do sagrado. Sem culpas. Os diretores de bateria bailam no corredor com a ginga
sinuosa, sincopada, festeira e alforriada de Seu Zé. A bateria canta, o público
canta e a madrugada canta o ponto do malandro divino, o Zé das Alagoas, o
do balanço da canoa.
Contemplado o malandro, a bateria retoma o ritmo do samba e a Portela se
prepara para entrar na avenida. Gilsinho, o puxador do samba, vez por outra
assombrará a Sapucaí com a gargalhada vital do Homem da Rua. Os tambores
portelenses sustentarão o samba - para mim o melhor do ano - e a bateria
sairá consagrada pelo juri oficial e pelas premiações paralelas como a melhor
dos desfiles. O malandro gostou da festa e bateu tambor pelas mãos e baquetas
de cada um dos ritmistas.
Aquela curimba portelense conseguiu, em menos de cinco minutos,
sintetizar o que eu tento escrever há tempos, sempre de forma
precária, sobre o perfil civilizador peculiar da nossa cidade. Em um texto
de antanhos, ao tentar expressar que civilização é essa, escrevi mais ou menos
o seguinte:
Brado louvores e toco atabaques para festejar a civilização. Sim, a
civilização que João Candido, Zé Pelintra, Pixinguinha, Paulo da Portela,
Cunhambebe, Cartola, Noel Rosa, Bide, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, Tia
Ciata, Meia Noite, Madame Satã, Lima Barreto, Paula Brito, Marques Rebelo,
Manduca da Praia, Silas, Anescar, Dona Fia, Fio Maravilha, Leônidas da Silva,
Di Cavalcanti, os judeus da Praça Onze, a pomba gira cigana, a escrava
Anastácia, o Cristo de Porto das Caixas, o Zé das Couves, o vendedor de mate, o
apontador do bicho, o professor, o aluno, o gari, os líderes anarquistas da
greve de 1919, a Banda do Corpo de Bombeiros, a torcida do Flamengo, o
pó-de-arroz, a cachorrada, a nau do Almirante, o Bafo da Onça, o Cacique de
Ramos, o Domingo de Ramos, a festa da Penha, a festa na lage e a cerveja
gelada, criaram nesse extremo ocidente. Com baixaria na sétima corda e uma
sonora gargalhada no final.
Foi exatamente isso que aconteceu na avenida nesta madrugada
recente de carnaval. A Portela, sétima colocada pelo julgamento oficial, não
retornará no desfile das campeãs. Melhor assim. O momento único, epifânico,
civilizador, festeiro, celebrador das alforrias do corpo, libertador da alma,
encantado nos arrepiados do batuque, não podia mesmo ser repetido. É feito
o desfile de 1988 da Vila Isabel, a festa da raça com a Kizomba. Naquele ano a
Vila ganhou, mas um temporal impediu a realização do desfile das campeãs. Será
assim com a curimba para Seu Zé e a Dona Padilha que a Portela realizou na
entrada do Sambódromo. Festa de encantaria; Brasil redimido no fuzuê do tambor
suburbano. Irrepetível.
É assim, meus camaradas, que a gente reinventa a vida, zomba do pecado e
transforma o corpo em totem. Na ginga do malandro da Portela, no balanço
dos ombros da Padilha, o silêncio é preenchido e a bateria toca na
cadência do samba. Ele, o samba, essa nossa gargalhada zombeteira que
alumia o mundo.
Na Mesa de Jogo... é melhor perder ou deixar de Ganhar? Assim é a Vida... as vezes tem que deixar de ganhar! Dar um paço pra trás, pra dar dois pra Frente...
Malandro Zé Pretinho.
O Mundo dá Voltas, por isso não fique parado! Sr Zé da Silva
Homenagem do Walt Disney aos Malandros Cariocas
AQUARELA DO BRASIL. É um curta metragem americano de animação da Disney lançado em 1942. E mostra pela primeira vez o personagem Zé Carioca, criado especificamente para o filme "Saludos Amigos" o sexto longametragem de animação dos Estúdios Disney e faz parte do último segmento do filme. O desenho mostra o Zé apresentando o samba e a cachaça ao Donald que está visitando o Brasil. Pra desenvolver o "curta" os desenhistas da Disney viajaram até o Rio de Janeiro, inclusive o próprio Walt Disney esteve no Brasil. A produção do desenho está relacionada com os esforços dos Estados Unidos para reunir aliados durante a segunda guerra mundial (1939-1945), esforço esse conhecido como "política da boa vizinhança". (Fonte wikipédia)