O Malandrinho é uma das
Entidades mais novas nos Terreiros de Umbanda. A origem desta falange está
associada aos ‘discípulos’ de Zé Pelintra, o grande mestre do Catimbó (ritual
afro-brasileiro comum no nordeste, especialmente em Pernambuco). No entanto, ele
(o Malandrinho) nada tem a ver com Zé Pelintra, a não ser algumas semelhanças
tais como: gosto pela boemia, os jogos, as mulheres (que tratam como rainhas) e
a sabedoria de lidar com os problemas da vida e como sair deles.
As Entidades que compõe
esta falange são na sua maioria, Espíritos que viveram na sua última
reencarnação, situações de abandono familiar, e, não tendo como sobreviverem,
fizeram da rua, a sua morada. Nela aprenderam a sobreviver e a se proteger.
Alguns se tornaram ‘experts’ em jogos de azar como baralho, dados, ‘porrinha’
etc. Outros trabalharam em Cabarés, onde eram muito paparicados pelas
‘meninas’, que eles defendiam com unhas e dentes. E tem ainda aqueles que se
tornaram ‘contadores de estórias’. Em troca de algumas doses de bebidas,
cigarros e alguns trocados, contavam casos que tiravam da sua própria
imaginação ou ainda situações que viveram.
Malandrinho é uma
Entidade alegre, extrovertida, defensor dos mais fracos e principalmente dos
desregrados. À esses, ensina que malandragem não é vadiagem. E sim, a arte de
saber viver com ética e responsabilidade: O que se faz, deve fazer bem feito,
caso contrário, vai pagar pelo erro. Não gosta de enganar as pessoas de bom
coração. Mas com aquelas que se julgam muito espertas, ele ta sempre dando uma
‘rasteira’. Gosta de ouvir os problemas das pessoas que o procuram. Apesar de
sua aparência jocosa, está sempre voltado à prática da caridade e da evolução
espiritual de seus médiuns.
Em suas incorporações
gosta de roupas leves e sem formalidades. As camisas estão sempre pra fora da
calça. Se usar gravata, vai estar sempre com o nó afrouxado. Ou seja: ele gosta
de se sentir livre para dançar e cantar em suas incorporações. As cores das roupas são sempre em tons fortes
ou estampadas. Sua bebida geralmente é a cachaça. Mas vemos em alguns Terreiros
de Umbanda, Malandrinho bebendo cerveja ou batidas de limão (limãozinho). Está
sempre descalço, pois gosta de sentir o chão que pisa.
Sua comida predileta é
a farofa com lingüiça e carne-seca assada na brasa ou frita. Existem ainda
aqueles que apreciam na farofa, ovos mexidos.
As cores da sua ‘guia’
são o preto e o vermelho.
Usa
charutos ou cigarros.
O
baralho está sempre presente nos trabalhos do Malandrinho.
Uma
reza de Umbanda para o Malandrinho:
“Quem
disse que a rua não é lugar bom
Não
conhece Malandrinho e nem o seu coração.
Moço
da esquina e da ladeira
Com
ele eu subo e não desço
Com
ele firmo o passo
E
alcanço.
Na
rua deixo minha oferenda
Pra
quem nela sabe morar
Malandrinho
é morador antigo
E só
cobra de quem tem pra pagar.
Quem
diz que de tudo sabe
Muito
ainda tem que aprender
Eu
como sou aprendiz
Peço
a Malandrinho pra me valer.” (faça o pedido)
Queridos Irmãos, que
esta iluminada Entidade, faça chegar em vossos corações as mais puras vibrações
de amor e alegria.
Salve a Malandragem!
Salve Sr Malandrinho!
Por Luiz Miranda
Nenhum comentário:
Postar um comentário