Era a segunda noite que a insônia indesejável me fazia companhia, e para
passar as horas, ler um livro ou assistir a TV, são opções a considerar.
Naquela quarta-feira chuvosa, minha escolha foi a telinha, e navegar pelos
muitos canais disponíveis em busca de algo que valesse a pena ver. Em outro
momento talvez eu seria mais tolerante, mas naquela noite de vigília imposta,
eu estava muito irritado. Lá pelas tantas, percebi que o Sr. Zé Pilintra estava
sentado no outro extremo do sofá, e como sempre calmo, de pernas cruzadas
curtia uma cigarrilha pendurada no canto da boca.
– Saravá meu paizinho, disse eu com a voz rouca… Depois dele sorrir e
gesticular, eu prossegui:
– Veja que coisa absurda meu paizinho…
– Onze canais estão ocupados por religiosos! Mudei rapidamente de canal
e apontei o dedo para a TV:
– Veja este cara paizinho! Está pedindo grana descaradamente!
– Será que ninguém vê isso acontecendo!!! Que absurdo! Como fica isso???
Ele levanta os olhos para o teto, faz vários círculos de fumaça e
continuou:
O ouro é sem dúvida a maior provação a que se pode submeter o homem.
A convivência com o dinheiro causa imensa preocupação naqueles que estão
voltando a terra, pois sabem eles o poder que tem o dinheiro de comprometer
toda uma evolução.
Por mais preparados que estejam os irmãos encarnados, não resistem muitos, aos encantos do dinheiro, e percorrem toda existência na carne, escravos do ouro. Enfeitiçados, esquecem dos compromissos de outrora, e cegos pela ganância, sem pudor e sem receio de se expor, lançam mão de todo tipo de artimanhas para conseguir acumular fortuna. Não quero com este depoimento dizer que não devas progredir e adquirir posses, mas afirmo que deveria o dinheiro, ganho de forma honesta, ser apenas mais um instrumento para o exercício da caridade e para o seu crescimento como filho de Deus.
Por mais preparados que estejam os irmãos encarnados, não resistem muitos, aos encantos do dinheiro, e percorrem toda existência na carne, escravos do ouro. Enfeitiçados, esquecem dos compromissos de outrora, e cegos pela ganância, sem pudor e sem receio de se expor, lançam mão de todo tipo de artimanhas para conseguir acumular fortuna. Não quero com este depoimento dizer que não devas progredir e adquirir posses, mas afirmo que deveria o dinheiro, ganho de forma honesta, ser apenas mais um instrumento para o exercício da caridade e para o seu crescimento como filho de Deus.
Chegará o dia em que estarás de frente ao juiz celestial. Nada além de
suas vestes terás, e Ele terá nas mãos uma lista de todas as suas obras, a qual
representará a verdadeira fortuna acumulada por você ao longo da vida. Para
aqueles que tiveram uma existência ofuscada pelo brilho do ouro, a lista estará
em branco e nada mais restará senão retornar e começar tudo de novo.
– Mas… paizinho… e aquelas pessoas que doam parte de seus ganhos, passam
dificuldades, e muitas vezes são enganadas???
Ele se levanta, dá um tapinha nos meus ombros e diz:
– Maninho… a responsabilidade maior é de quem toma, e não de quem doa…
Em seguida Ele foi embora, e o sono finalmente se apresentou…
Saravá meu Pai Zé Pilintra!
Por: Wilson de Omulu