O que é maior na sua
vida: a distância entre a boca e o coração, ou a distância que vai dos seus olhos
e ouvidos até o coração?
“― Pergunta
esquisita, Zé Pelintra... Isso é jeito de começar uma prosa?...”― é o que você
deve de tá pensando agora, hehe... Mas, se me der licença, eu explico onde
quero chegar, e na condição de seu irmão e amigo. Vamos lá...
Com todo respeito,
vejo muita gente sofrendo coisa que não era pra ela sofrer... Gente dedicada,
que estuda sobre as coisas espirituais, que escuta e vê muita coisa boa, que
recebe os escritos e mensagens de amigos de cá e de lá (do povo que tá na carne
e dos que já foram desta pra melhor, hehe...)... Vê e escuta, mas não registra
aquilo dentro de si, não deixa entrar no coração, e só fala de coisas tristes,
amargas, de medo e fracasso, de ciumeira, inveja e coisas desse tipo... Por que
será?
Parece que às vezes a
gente se esquece de que a nossa boca tá mais perto do coração do que os olhos e
ouvidos, e aí a cabeça fica virada... Hehe... Os olhos e os ouvidos passam a
ver e escutar só as coisas que não prestam pra nada, que não ajudam a gente em
nada― parece que não conseguem mais perceber as coisas boas... A pessoa vai
guardando negatividades e, nessa condição, começa a não enxergar direito, a não
ouvir direito e a não falar coisa com coisa... Então, a boca fala só de coisas
que tão longe do coração, que não são boas de ficar dentro dele, e a vida dessa
pessoa não muda...
Êta prosa
esquisita... É não! Só me dê mais alguns minutos, eu lhe peço... Pense comigo.
Que conversa é essa
de ver e enxergar, e de escutar e ouvir? Tem diferença?
Tem.
A gente vê e escuta
as coisas que vêm de fora. Daí, aquilo passa pela gente e a gente dá
importância, ou não. O que recebeu importância foi aceito― então foi enxergado
e ouvido, a operação foi completa: passou pelos olhos e ouvidos do corpo e do
coração. Mas o que não entrou no coração ficou só com a observação aparente das
coisas, não tem valor pra pessoa e, portanto, não ajuda ela em nada...
Quer uns exemplos? Se
você tá andando na rua e alguém grita: “Pega o ladrão!”, você sai correndo?
Não! (espero que não, hehe...). Porque aquilo não podia ser aceito, não tinha
nada a ver com você. Você escutou, mas não deu ouvido, não deu importância, não
aceitou, não assimilou... Ou você tem 30 anos de idade, tá andando na rua e vê
um cartaz de chamado do alistamento militar. Você vai se alistar? Não, porque
já passou da idade, aquilo não é pra você. Você viu, mas não enxergou ali uma
coisa que lhe diga respeito... A coisa toda veio de fora, passou por dentro de
você, mas não tinha nada em comum, e então saiu, não ficou guardada no seu coração
e no seu entendimento...
Vamos um pouco mais
adiante...
Hoje em dia, já
fotografaram a aura, já registraram as alterações no cérebro dos médiuns quando
um espírito se aproxima deles, já filmaram as diferentes alterações das
moléculas da água diante de boas palavras e de palavras negativas― enfim―, já
fizeram tanta coisa que mostra que a Vida não é só de carne, que ficou mais
fácil encontrar palestras, aulas, livros e informações sobre Espiritualidade.
Independente de religião. Além do que, há muitas religiões, tradições e
filosofias falando sobre isso, trabalhando sobre isso e atingindo as mais
diferentes formas de pensamento e de crença, respeitando a liberdade individual.
Então, de certo modo,
até “encurtou a distância entre os olhos/ouvidos e o coração”... Quer dizer, o
acesso às informações da Espiritualidade e sobre Espiritualidade é bem maior do
que no passado. Apesar disso, às vezes a gente resiste em aplicar esse
aprendizado, insistindo em guardar no coração antigos padrões negativos, que
saem direto pela nossa boca; mas que precisavam silenciar diante das coisas
boas que se aprendeu... Nessa condição, a boca fica manipulada, então parece
que “ela se distancia do coração”, deixando de transmitir o Bem que se
aprendeu... Quem faz isso vive na mesmice― apesar de frequentar grupos
espiritualistas, religiosos, filosóficos, e seja lá o nome que se dê; apesar de
ter visto filmes e fotografias, e escutado e anotado frases a respeito,
amontoando papéis que vão servir apenas de morada pra traças e outros
bichinhos... Hehe...
No corpo humano, a
boca tá mais perto do coração do que os olhos e ouvidos, todo mundo sabe!... Só
estou brincando um pouco sobre isso pra ficar mais claro, e mais leve a nossa
prosa.
Os olhos e ouvidos
tão mais longe do coração porque, primeiro, a gente precisa observar o que vem
de fora; depois, vamos consultar o próprio coração e aprender a discernir o que
é bom do que não é; por fim, a gente assimila o que é bom, aperfeiçoando os
sentidos. Só então a gente passa a enxergar e a ouvir pra valer, falando sobre
o Bem e vivendo no Bem, agora usando todas as capacidades dos aparelhamentos
espiritual, mental e físico que recebemos de Deus― porque eles funcionam
juntos, precisam estar harmonizados!... O que se aprendeu de bom alegra o
coração e fica no coração; e do coração vai pra boca, mostrando que a gente
aceitou o ensinamento e passou a aplicar ele através do Verbo Divino, através
da nossa palavra renovada pelo Bem, que tem a Força de Transformação no meio
que a gente vive...
Então, aquele que
aceitou o Bem é que aprendeu de verdade, e passa a ter na sua boca o canal de expressão
do próprio coração...
Porém, apenas ver e
escutar o que é bom, novo e esclarecedor, mas sem praticar― sem aceitar aquilo
no seu coração e fazer sair da sua boca―, é um sinal de que não houve
aceitação, de que a pessoa não deu valor ao ensinamento da Espiritualidade. Foi
uma oportunidade jogada fora, e isso é uma coisa que faz mal pras pessoas...
O Bem que entra em
nós é puxado pelo coração. O coração é símbolo do Amor Divino morando em nós.
Este Amor é a grande Força Curadora, Renovadora e Libertadora que filtra e
limpa, depurando tudo o que vem de fora e deixando em nós a Essência Divina de
Luz, Bondade, Entendimento, Fraternidade e Compaixão. Esta Essência atrai mais
purificação e vai renovando todas as outras coisas, inclusive os sentimentos,
emoções, pensamentos e as nossas atitudes na vida. Guardando tudo isso de bom
em nós, então atraímos mais e mais renovação...
É por isso que o
coração tá no meio dos chakras principais do ser humano: é pra fazer esse
trabalho Sagrado de harmonização!...
E se nada está mais
perto do coração do que a nossa boca, por que complicar? Por que a gente às
vezes resiste e só procura negatividades, e só fala coisas negativas, quando já
nos ensinaram coisa melhor? Por que afastar a boca das qualidades do coração?!
Vamos encurtar essa distância, fazendo o que de bom aprendemos!
Tudo de bom que se
aprende torna a gente melhor. E uma pessoa melhor também melhora o mundo...
Daí, o compromisso de fazer o melhor que se aprendeu é uma coisa justa, não é?
E quanto mais a gente aprende e doa, mais a gente recebe do Bem...
Então, a minha prosa
é pra convidar você a falar e viver o Bem que tem aprendido. Não deixe pra
depois! A possibilidade que chegou pra nós hoje é pra se aproveitar e viver
hoje! Qual será o amanhã, quem garante? Só temos garantias do “agora”...
Então, vamos em
frente, vivendo tudo no Bem, e falando do Bem, a partir de agora!
Fique na Paz. (Zé
Pelintra, 14/3/2012)